quinta-feira, 3 de junho de 2010

CADEIA DE COMANDO








"...No verão de 2004, em campanha, George Bush repetidas vezes assegurou ao público que suas políticas tinham transformado os Estados Unidos num lugar mais seguro: "Viramos a esquina" era o refrão do discurso de bravata. "Estamos projetando os Estados Unidos para a frente ao estender a liberdade e a paz pelo mundo". Ele afirmou que o Iraque e o Afeganistão "agora estão sendo governados por líderes fortes. Esses países estão a caminho de eleições livres. Os Estados Unidos, prosseguiu ele, segurarão os inimigos pelo mundo afora, para que não tenham de encará-los aqui em casa". O presidente não mencionou a falta de armas de destruição em massa, o ônus das mortes crescentes dos soldados, as perdas civis no Afeganistão e no Iraque e devastação de todos os aspectos da vida civil no Iraque. Ele não mencionou as decissões adversas da Suprema Corte em julho de 2004, que contestaram a base legal de seu sistema de prisão pós-guerra e disseram a ele que estrangeiros, assim como os cidadãos americanos, tinham direito a um processo justo mesmo em tempos de guerra. Além disso, Bush não discutiu a crescente alienação e amargura dos americanos, que, já dilacerados por diferenças religiosas e raciais, se tornaram cada vez mais divididos política e economicamente nos últimos quatro anos.

Temos um presidente que gastou meses aterrorizando o país com advertências sobre cogumelos atômicos que viriam do arsenal de Saddam Hussein e depois disse, como fez num discurso de campanha, que isso não era relevante. Bush afirmou: "Ainda podemos encontrar armas, ainda não encontramos. (...) Ouçam o que tenho a dizer a vocês: sabendo o que sei hoje, ainda assim teríamos ido até o Iraque." Temos um presidente que pode ficar indiferente quando cachorros de combate são soltos em cima de prisioneiros e depois declarar, como fez em junho de 2004, que os Estados Unidos são contra a tortura e não vão tolerá-la. "Vamos investigar todos os atos de tortura e processar os que as tenham cometido, além de fazer tudo para impedir que outras punições cruéis e estranhas ocorram em nosso território sem nossa jurisdição", e que " a ausência de tortura é um direito humano inalienável". Há muitos que acreditam que George Bush é um mentiroso, um presidente que distorce fatos de uma maneira ciente e proposital para obter lucro político. Mas mentir indica uma compreensão do que é desejado, do que é possível e de como chegar lá da melhor forma. Uma explicação para esse presidente além do momento imediato em que as pronuncia: ele acredita que sua mera emissão as torna verdadeiras. É uma possibilidade assustadora".

"Livro Cadeia de Comando (Seymor Hersh)- um dos primeiros a denunciar os maus tratos de prisioneiros em Abu Ghraib no Iraque por soldados americanos"

As imagens mostram a guerra contínua entre EUA e Iraque. Os interesses da grande potência disfarçado com a "preocupação" mundial e o forte nacionalismo. O que o governo Bush escondeu, as mentiras que contou e a covardia que cometeu.


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